Desprogressiva sem dor




Quando há um processo inflamatório, dói.

Até curar, dói.

E quando dói, fica aquela saudade de como é sem dor.

Desinflamar é um processo. E por que será que a dor aparece do nada?

A dor aparece do nada, mas as causas estavam ali invisíveis. 

E o processo para curar, desinflamar? 

E o processo para voltar a ser essência?

E o processo para ser essência sem dor?

E sabe o que eu descobri? Que tem um processo que chama desprogressiva. 

Longe da essência, longe da naturalidade, longe daquilo que lhe é genuíno, inventaram a progressiva.

Essa mesma que você está pensando, que faz a cabeça das pessoas.

Que faz a cabeça feito droga e alisa os cabelos.

E para voltar a ser cacheada, veio a moda.

E levantaram a bandeira da transição, e depois a da terapia, e depois a da solução.

O alisamento progressivo veio para ficar, até que surgiu algo que o torna imortal.

Poderia haver desprogressiva para o desamor, para a falta de compreensão. 

Sem dor.

Porque se focar na dor, no arrependimento, vai dar muito ruim.

Alguém trabalha de olhos abertos mas não enxerga.

Alguém trabalha de ouvidos sãos mas não ouve.

Alguém trabalha com as mãos, mas não toca.

E não se tocou que algo estragou.

E quando há algo estragado, há uma desprogressiva sem dor.

Fica aquela saudade de como é o cabelo natural. De como é mais bonito.

A cura aparece do nada, mas a beleza fica mais visível.


Poema de cura

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Clau
 

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